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Cartas ao Mercado

Não fique à deriva

25/10/2022
Cartas ao Mercado

Não fique à deriva

25/10/2022

Não fique à deriva

O ano está entrando em seu último trimestre e ao olhar para a viagem até agora fica evidente que 2022 foi repleto de oscilações. E ainda temos pela frente eleições, copa do mundo e um cenário global instável. Então não se assuste se nesse momento o sentimento for de alguma desorientação. Mas não podemos perder a direção que queremos seguir!

Começamos o ano com o temor das variantes do coronavírus e a possibilidade de uma nova fase da pandemia com a necessidade de se implementar mais uma vez um rigoroso distanciamento social. Felizmente, com o tempo, tais medidas não foram necessárias. A pandemia, apesar de não ter sido totalmente superada, está sob controle e as atividades foram normalizadas em grande medida.

No entanto, antes que as cadeias de ofertas de suprimentos normalizassem, se iniciou o conflito entre Rússia e Ucrânia trazendo, além das mazelas da guerra, consequências econômicas. Entre elas, podemos destacar as restrições ao fornecimento do gás natural russo para os países da União Europeia, pressionando ainda mais a inflação nesses países.  Ainda no cenário global, com a elevação das taxas de juros nas maiores economias, a probabilidade de recessão em escala planetária aumentou de forma considerável.

No Brasil, após a deterioração do nosso cenário macroeconômico durante a pandemia, os últimos meses apresentaram algumas notícias positivas. Os resultados fiscais (de curto prazo) e o nível da taxa de desocupação vem apresentando melhora; as previsões do PIB de 2022 subiram para próximo de 3%; o IPCA recuou em 0,29% no mês de setembro em relação ao mês anterior, situando-se em 7,17% no acumulado em 12 meses. Apesar de ainda estar bastante acima do teto da meta, a queda recente da inflação foi suficiente para que o Copom encerra-se o longo ciclo de elevação da taxa de juros mantendo a taxa Selic em 13,75% ao ano. Entretanto, o quadro fiscal permanece incerto e as expectativas para o ano de 2023 seguem com muita cautela.

Com as mudanças de contexto global e nacional, como pensar o mercado imobiliário? Depois de excelentes resultados em 2021, a disparada do processo inflacionário e consequente aumento de juros passaram a produzir ajustes nos processos de decisão e expectativas. O temor de uma reversão no processo de crescimento se espalhou entre agentes do mercado e analistas. Entretanto, embora o desempenho esteja abaixo do realizado no ano passado, 2022 ainda tem sido bastante positivo. Mas o cenário delineado acima exige cautela e a expectativa é de uma dinâmica mais fraca no próximo ano.

O índice FipeZAP+ para o mercado de compra/venda se manteve estável, praticamente o ano todo, por volta dos 6%, indicando a manutenção dos aumentos nominais para a transação. Segundo os dados de concessão de crédito imobiliário do Banco Central, o volume de crédito concedido em agosto de 2022 foi 14% maior do que em agosto de 2020, quando o ciclo de aquecimento havia acabado de começar e a Selic ainda se mantinha em 2%.

Enquanto os primeiros anos de 2020 foram muito bons para as transações de compra/venda, o mesmo não pode ser expresso para locação. A trajetória do IGP-M levou à necessidade de conciliação entre locadores e locatários ao mesmo tempo em que a crise sanitária provocou uma crise de renda, provocando represamento dos preços do aluguel e da própria atividade em si.

Mas desde o avanço da vacinação e da retomada das atividades econômicas, o mercado de aluguel aqueceu. Os preços seguem aumentando em ritmo acelerado: em setembro, a variação do Índice FipeZAP+ locação chegou a 15,95% no acumulado em 12 meses, superando os demais índices de preços importantes para o setor como IPCA (7,17%) , IGP-M (8,25%) e INCC (10,89%). Dessa forma, o segmento de locação inicia 2023 mais aquecido do que no começo deste ano, porém sem a retomada econômica para impulsioná-lo, como ocorreu em 2022.

A esta altura já sabemos que o próximo ano trará desafios importantes com atividade econômica fraca e incertezas em dimensões e escalas diversas. Não poderemos contar com impulsos vindos de fora e teremos nossos próprios problemas a resolver no país. Entretanto, acreditamos (sempre) na força e na resiliência do mercado imobiliário e nosso cenário base ainda aposta em ajustes moderados. Aqui no DataZAP+ reafirmamos nosso compromisso de gerar o conhecimento necessário para orientar nossos clientes, potencializando as chances de sucesso em qualquer cenário.

Grande abraço e bons negócios,

Danilo Igliori, Pedro Tenório e Larissa Gonçalves

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