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Cartas ao Mercado

Olhando para 2023

24/11/2022
Cartas ao Mercado

Olhando para 2023

24/11/2022

Olhando para 2023

Passadas as eleições (e mesmo com a copa do mundo…) chegamos ao final de novembro já olhando para o ano que vem. Num contexto de grandes incertezas globais e locais, vale voltar um pouco no tempo para delinear o contexto em que se encontra o setor.

Após a forte baixa ocorrida entre 2015 e 2016, o mercado imobiliário passou a se recuperar em ritmo lento até o início da pandemia. Ao mesmo tempo iniciamos um período de quedas expressivas nas taxas de juros. Logo após o choque no início de 2020, o mercado imobiliário foi empurrado pelas baixas taxas de juros e pelo aumento da demanda provocado pelas restrições impostas pela crise sanitária, acelerando fortemente até atingir seu recorde de atividade em agosto de 2021.

Com o forte aumento da Selic em resposta ao aumento da inflação, a partir de março de 2021, as vendas começaram a desacelerar. No entanto, 2022 promete só perder para 2021 e o mercado continua operando muito acima do que estava até o início de 2020. Nosso cenário base para 2023 é que, dado o menor ritmo de atividade (dentro e fora do país) e a manutenção das taxas de juros em patamares elevados por mais um tempo, o processo de esfriamento no mercado imobiliário continue. Com que ritmo e até quando ainda é cedo para dizer.

Em um cenário com responsabilidade fiscal e implementação de uma agenda de reformas (particularmente a tributária), acreditamos que existam mais chances para que as taxas de juros voltem a cair ainda no 1º semestre, impulsionando a atividade no 2º semestre. Com isso, o ciclo de moderação no setor imobiliário seria mais suave, se encerrando ainda em 2023. De outro modo, as chances de maior persistência da inflação e altas taxas de juros podem prolongar e aprofundar o ciclo de baixa e a retomada ficar para 2024.

Finalmente, destacamos que existe a expectativa de maior prioridade e expansão de programas de apoio à produção de habitação popular. Tais iniciativas apresentam importante impacto potencial de geração de emprego e renda, além de injetar recursos no setor da construção e representar um relevante impulso para a atividade imobiliária, moderando as pressões de baixa decorrentes do cenário macro.

Em resumo, temos motivos para imaginar que o próximo ano seja mais fraco do que o atual para o nosso setor. Mas, da mesma forma, acreditamos que existem boas chances para que continue no campo positivo quando levamos em consideração sua evolução com um pouco mais de horizonte temporal.

Danilo Igliori e Pedro Tenório

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