As principais notícias do mercado imobiliário entre 4 de junho e 10 de junho de 2025, comentadas por nossos especialistas

Caixa vê crédito imobiliário crescer 9% no 1T25; veja o que esperar nos próximos meses.
A Caixa Econômica Federal apresentou o desempenho no setor de crédito imobiliário no primeiro trimestre de 2025 (1T25), registrando um crescimento de 9,1% na carteira de crédito imobiliário com recursos da caderneta de poupança, ligeiramente abaixo da meta anual mínima de 9,5%. Apesar disso, a Caixa espera uma aceleração nos próximos meses, visando atingir o centro da meta de crescimento (entre 9,5% e 13,5%) para 2025.
O crescimento da carteira total de crédito, que foi de 10,7%, foi impulsionado principalmente pelo financiamento habitacional, especialmente com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), segmento no qual a Caixa detém quase a totalidade do mercado. Além disso, o lucro líquido contábil do banco aumentou 134% no 1T25, atingindo patamares de R$5,8 bilhões.
A vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês da Silva Magalhães, afirmou que o banco espera um “voo mais tranquilo” no financiamento imobiliário em 2025, após um crescimento acelerado no primeiro semestre de 2024, que exigiu medidas de restrição já no segundo semestre do mesmo ano.
Como indicado pela própria reportagem um alívio nesse contexto foi a possibilidade do uso de R$15 bilhões do fundo social do pré-sal, voltando ao financiamento do crédito imobiliário, permitindo a criação de uma linha de crédito voltada para a classe média (faixa 4 do programa Minha Casa Minha Vida, que já vem sido discutido nas edições anteriores do DataZAP Report).
Assim, o 1T25 apresentou desempenho sólido, ainda que abaixo do projetado. A expectativa é que nos próximos meses a Caixa mantenha um crescimento positivo no setor de crédito imobiliário, com perspectivas de aceleração, apoiada pelas medidas governamentais de incentivo para a classe média. Para corretores e imobiliárias, a expectativa é de um cenário promissor, pois tais medidas favorecem o aumento das vendas e comissões. Outro fator positivo, é com relação à demanda por imóveis populares que permanece aquecida, ainda que limitada pela disponibilidade de crédito.
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Investimento em Imóveis: Oportunidades e Destaques da Bolsa

O setor imobiliário brasileiro tem apresentado uma valorização expressiva em 2025: o índice IMOB da B3 acumula alta de mais de 42% desde o início do ano. O desempenho é impulsionado pela estabilização da taxa Selic, com perspectivas de queda, pelo aumento da renda das famílias e, principalmente, pelo fortalecimento do programa Minha Casa Minha Vida. A atuação consistente de empresas como Cyrela, com sua linha Vivaz, MRV, Direcional e Cury, aliada ao volume de vendas, mantém a tendência de alta, segundo análise técnica de Gilberto Coelho, da XP.
A alta no IMOB em 2025 reforça um movimento de valorização das empresas do setor imobiliário, especialmente daquelas com atuação no Minha Casa Minha Vida. A maior rentabilidade no mercado de capitais atrai investidores e fortalece o caixa das incorporadoras, criando um ambiente propício para antecipar lançamentos e ampliar o volume de obras. Para corretores e imobiliárias, isso representa um ciclo virtuoso: mais projetos disponíveis significam mais oportunidades de intermediação, aumento no número de transações e, consequentemente, elevação no potencial de comissões. O aquecimento do MCMV possibilita ampliar carteira de clientes e acelerar resultados

Mercado Imobiliário Residencial: Juros Altos Freiam a Valorização.
O mercado imobiliário residencial brasileiro começa a dar sinais de desaceleração no ritmo de valorização dos preços, reflexo direto dos juros elevados e do crédito mais restrito. Em maio, segundo o FipeZAP, os preços subiram 0,46% , uma leve desaceleração frente aos meses anteriores , embora ainda acima da inflação oficial. Nos últimos 12 meses, a valorização acumulada foi de 7,66%, com destaque para imóveis de um dormitório e capitais do Nordeste, como Salvador. Apesar da perda de força, o movimento ainda é de alta, mas com tendência de estabilidade nos próximos meses.
A desaceleração no ritmo de alta dos preços impõe uma mudança para incorporadoras, imobiliárias e corretores. Para as incorporadoras, o cenário exige mais precisão na definição de preço de lançamento, já que o consumidor está mais sensível ao custo total de aquisição diante dos juros ainda elevados. Imobiliárias, por sua vez, precisam redobrar a atenção na argumentação de valor e nas estratégias de precificação para manter o giro do estoque. Já os corretores devem atuar com mais inteligência, utilizando dados atualizados como o FipeZAP para mostrar oportunidades reais de compra com valorização mais contida, o que pode atrair clientes em busca de segurança e estabilidade, lembrando que as oportunidades se revelam no micro. A boa notícia é que, mesmo com a desaceleração, os preços seguem valorizando acima da inflação, o que reforça a atratividade e a demanda no setor.