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Cartas ao Mercado

A importância dos dados no mercado imobiliário

23/11/2021
Cartas ao Mercado

A importância dos dados no mercado imobiliário

23/11/2021

A importância dos dados no mercado imobiliário

Com a emergência da economia digital virou uma unanimidade ressaltar a importância do uso dos dados para o sucesso de empresas e profissionais. A disseminação da internet (incluindo a internet das coisas), as novas tecnologias de comunicação (de satélites a sensores) e a computação em nuvem ampliaram dramaticamente não apenas a geração de dados, mas também nossa capacidade de processamento. As transformações promovidas pela necessidade de se adaptar às restrições da pandemia só reforçaram a noção de que quem não abraçar para valer a chamada ciência de dados ficará para trás. Mas o que isso significa na prática? Qual é a real importância dos dados para o setor imobiliário?

A primeira mensagem que quero deixar é que para entrar no mundo dos dados de forma eficiente e produtiva é preciso adotar e desenvolver uma cultura onde exista investimento e incentivos. É muito comum ver a importância dos dados ser declarada em materiais institucionais de empresas, mas na prática pouca coisa ser feita. Bonito falar, mais difícil fazer acontecer (aqui vale a analogia com outro tema correlato: inovação! Todo mundo gosta, todo mundo quer ser inovador, mas na realidade não
é tão simples – voltaremos a isso em breve). Não subestime as barreiras para disseminar boas práticas de dados em sua organização.

Para que uma cultura de dados seja bem-sucedida dois fatores são cruciais:

1. Que o trabalho com dados seja reconhecido.

2. Que os profissionais estejam preparados para incorporar a análise de dados em seus processos decisórios regularmente.

Neste sentido, destacamos que em algumas empresas (em número cada vez maior) será o caso de contratar cientistas de dados para desenvolverem algoritmos / modelos / indicadores que serão aplicados em diversas áreas (voltamos a isso um pouco abaixo), mas o ponto principal aqui é que a maioria dos profissionais devem ser capazes de fazer bom uso dos dados. Para tanto as empresas terão que estimular o conhecimento (mesmo que básico) de matemática e estatística (um pouco de programação e estrutura de bases de dados não farão mal também…).

Dito isso, enxergo a relevância dos dados no mercado imobiliário em pelo menos três dimensões:

Gestão baseada em evidências – processo decisório estruturado em torno da análise de indicadores. Não tem nada de novo aqui e as boas práticas de administração apontam para isso há muito tempo. No entanto, agora ficou muito mais fácil (e barato) fazer a coleta e o armazenamento dos dados necessários. E a diferença é que temos que incorporar essas práticas não apenas nos departamentos financeiros/ contábeis das empresas. Para convencer da importância da gestão baseada em evidências gosto de fazer uma analogia com a área da saúde. Alguém dúvida da necessidade de fazer exames (cada vez mais sofisticados por sinal) para a realização de diagnósticos e definição de tratamentos? Ou se preferirem
uma outra analogia mais singela: imaginem dirigir um veículo em uma estrada com os faróis desligados?

Incorporação de dados em produtos/ serviços – Não é só nos processos produtivos/ ambientes profissionais que o uso de dados tem crescido em importância. Cada vez mais os consumidores demandam informações para tomarem decisões sobre o que e quando comprar alguma coisa. Com
isso abrem-se oportunidades para transformação/ evolução dos nossos portfolios de produtos e serviços. No mercado imobiliário isso está muito claro. Futuros moradores (ou investidores) querem saber cada vez mais. Não apenas sobre o imóvel, mas também sobre a localização. Processos de comparação entre tipologias e localidades são intensivos em informação e dados. Dados detalhados sobre oferta e demanda podem fazer a diferença. Nesta direção vale destacar a importância das informações de preços de imóveis onde a experiência de profissionais e envolvidos nas transações passa a ser complementada por algoritmos automatizados de precificação.

Transformação do setor imobiliário – a terceira (e certamente não menos importante) dimensão está no
potencial que os dados têm para transformação do setor imobiliário em si. Aqui as possibilidades são muito variadas. De um lado podemos pensar no uso de informações para a criação de novos mercados. As transformações na locação de curta duração, onde o caso do Airbnb é o mais famoso, é um ótimo exemplo. As possibilidades de automação conectando residências com fornecedores diversos (alimentação, limpeza, manutenção) viabilizam o crescimento da habitação como serviço. Além disso, a ampliação do uso de dados na gestão e construção das cidades tem o potencial de reconfigurar possibilidades e preferências de moradia impactando as oportunidades e riscos nos diversos segmentos de atividade imobiliária.

O resumo é que o investimento na capacitação para o uso sistemático de dados nos negócios imobiliários será cada vez mais relevante e crucial para as chances de sobrevivência e sucesso. Não tem volta. Essa é uma das principais apostas do ZAP+ (nas três dimensões mencionadas acima). E queremos ir além, fazendo a diferença na adoção do uso de dados no mercado imobiliário, através do desenvolvimento de uma prateleira completa de soluções de inteligência para empresas e profissionais com Anapro, DataZAP+ e Geoimóvel.

Grande abraço,

Danilo Igliori
VP Economista Chefe do ZAP+

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