As principais notícias do mercado imobiliário entre 9 e 15 de outubro, comentadas por nossos especialistas.

Nova política de crédito imobiliário pode injetar até R$37,5 bilhões na economia.
O governo federal anunciou uma reestruturação no modelo de crédito imobiliário que pode injetar entre R$20 bilhões e R$37,5 bilhões na economia através da modificação das regras de direcionamento dos recursos da poupança. A medida eleva o teto de financiamento do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de R$1,5 milhão para R$2,25 milhões, e permite que a Caixa Econômica Federal financie até 80% do valor do imóvel e crie um sistema de incentivos para que os bancos ampliem a concessão de crédito habitacional. O foco é atender a classe média, que possui renda acima do programa Minha Casa Minha Vida mas ainda enfrenta dificuldades com os altos juros do mercado. O novo modelo será implementado de forma gradual, com início imediato e plena vigência a partir de janeiro de 2027.
Para corretores e imobiliárias a medida resulta em maior volume de negócios e comissões devido à ampliação da disponibilidade de crédito e ao aumento do percentual financiado pela Caixa, exigindo uma atuação mais consultiva para orientar clientes sobre as novas regras e melhores opções de financiamento. As incorporadoras ganham estímulo direto para novos lançamentos voltados à classe média, com maior previsibilidade de fluxo de crédito que favorece o planejamento de empreendimentos e aquece toda a cadeia da construção civil. Ambos os segmentos precisarão se adaptar rapidamente ao novo cenário regulatório e às oportunidades de um mercado em expansão. Essa reestruturação surge como uma resposta estratégica do setor e o sucesso dependerá da atuação dos profissionais, transformando mudanças regulatórias em oportunidades de crescimento.
FGTS: Novas regras limitam antecipação do saque-aniversário a partir de novembro.

O Conselho Curador do FGTS aprovou em 7 de outubro de 2025 novas regras que limitam significativamente a antecipação do saque-aniversário, estabelecendo valores máximos de R$ 500 por parcela, reduzindo de 5 para 3 parcelas antecipáveis e permitindo apenas uma contratação anual, além de exigir prazo mínimo de 90 dias para autorização do crédito. As mudanças entram em vigor até 1º de novembro de 2025, quando a Caixa Econômica Federal concluir os ajustes em seus sistemas.
Para corretores e imobiliárias, as mudanças representam uma oportunidade de fortalecimento do mercado habitacional, já que os recursos do FGTS permanecerão mais concentrados nos modelos tradicionais de financiamento imobiliário. Para incorporadoras, isso significa maior estabilidade nos programas habitacionais governamentais e potencial aumento na demanda por imóveis financiados via FGTS. Em suma, as mudanças fortalecem o FGTS como instrumento de política habitacional e proteção do trabalhador, criando um ambiente mais saudável para o mercado imobiliário a longo prazo, com maior previsibilidade de recursos para financiamentos e redução dos riscos de endividamento excessivo dos compradores.

Aluguel residencial cresce 0,55% em setembro e acumula 9,93% em 12 meses.
O relatório FipeZAP de setembro de 2025 evidencia continuidade no aquecimento dos preços de locação residencial no Brasil. A alta mensal foi de 0,55%, com acumulado de 9,93% em 12 meses e 7,42% no ano, superando índices da inflação como IPCA (3,64%) e IGP-M (-0,94%). O movimento do último mês é impulsionado por capitais como Aracaju (+5,11%), Salvador (+2,20%) e Teresina (+2,10%), com 27 das 36 cidades monitoradas registrando alta. O preço médio nacional atingiu R$50,03/m², onde apartamentos de 1 dormitório comandam valores premium de R$67,25/m², contrastando com unidades de 3 dormitórios a R$42,92/m².
Os dados apresentados revelam oportunidades estratégicas para todos os segmentos do mercado imobiliário. Imobiliárias e corretores se beneficiam de receitas ampliadas através de comissões mais elevadas e maior rotatividade locatícia, especialmente em mercados regionais aquecidos. Para incorporadoras, o cenário sinaliza demanda consolidada por projetos destinados à locação, com apartamentos compactos demonstrando rentabilidade superior e maior liquidez. A rentabilidade média de 5,94% ao ano, embora pressionada por aplicações conservadoras, mantém o setor imobiliário de locação em expansão sustentável, consolidando o imóvel como ativo resiliente e fortalecendo um ciclo virtuoso de oportunidades em todas as regiões do país.
Leia mais: https://www.datazap.com.br/conteudos-fipezap/