DataZAP Report #78

As principais notícias do mercado imobiliário entre 21 de agosto e 27 de agosto, comentadas por nossos especialistas.

Mercado imobiliário registra recorde histórico de lançamentos no 1º semestre de 2025

O mercado imobiliário brasileiro vivenciou no primeiro semestre de 2025 um cenário de aquecimento expressivo, marcado por um recorde histórico de lançamentos desde 2006, acompanhado de um crescimento robusto nas vendas. O aspecto mais relevante deste período foi a configuração de um mercado com demanda superando a oferta, evidenciado pela redução do estoque disponível e por um tempo de escoamento baixo – um indicativo claro de aquecimento da demanda. Paralelamente, observou-se uma mudança estrutural importante com a redução da participação do programa Minha Casa, Minha Vida, sinalizando uma diversificação do mercado em direção a imóveis de padrões superiores.
Os dados revelam transformações que impactam diretamente os segmentos do setor. Para imobiliárias e corretores, o estoque reduzido aumenta a competitividade na captação, enquanto a menor participação do MCMV exige adaptação para o público de médio e alto padrão. Para incorporadoras, o baixo tempo de escoamento favorece novos lançamentos, mas demanda cautela devido aos custos crescentes. O mercado caminha para uma maturação saudável, saindo do crescimento acelerado para estabilização com fundamentos sólidos, exigindo maior profissionalização de todos os players.

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Segurança impulsiona busca por imóveis

O estudo realizado pelo DataZAP revela que aspectos de segurança são impulsionadores de busca de imóvel para cerca de 37% de compradores e locatários. A percepção desse público quanto a segurança na região em que residem, revela que mais da metade dos indivíduos considera a criminalidade local baixa e 12% a avalia como alta. Mulheres e residentes de capitais apresentam maior sensibilidade à insegurança, contrastando com homens e moradores de áreas metropolitanas e interior. Apesar da relevância da segurança, vínculos sociais como proximidade à família e amigos, e aspectos econômicos como trabalho e custo de vida, ainda competem como critérios de permanência nestes locais.

Este cenário reconfigura fundamentalmente as estratégias comerciais do setor imobiliário, criando novas oportunidades e exigências para diferentes players do mercado. Para corretores e imobiliárias, a segurança torna-se um argumento de venda obrigatório, demandando conhecimento detalhado sobre índices de criminalidade, presença policial e infraestrutura de segurança dos bairros e condomínios, especialmente ao atender o público feminino e moradores das capitais. Para incorporadores, os dados sinalizam a necessidade estratégica de priorizar terrenos em regiões com boa percepção de segurança e investir rigorosamente em tecnologias de proteção (portaria 24h, sistemas de monitoramento, controle de acesso), transformando a vigilância em diferencial competitivo. Profissionais e empresas do setor que evidenciam a segurança como elemento central de suas estratégias comerciais e de desenvolvimento, estarão melhor posicionados para atender às demandas crescentes deste mercado.

Mercado imobiliário brasileiro em reconfiguração: Da necessidade habitacional ao investimento estratégico

O relatório da pesquisa Raio-X FipeZAP (2º trimestre/2024) indica um mercado imobiliário brasileiro em reconfiguração, com retração na demanda imediata e transformação no perfil dos compradores. A intenção de compra ficou em 33%, menor nível desde 2019, enquanto investidores saltaram de 31% para 43% das transações, com 52% focando em renda de aluguel. A percepção de que os preços praticados no mercado atualmente estão altos alcança 71% do público geral entrevistado. A demanda por imóveis usados representa 42% do interesse, e cerca de metade dos compradores considera tanto imóveis novos quanto usados.

O cenário atual exige reformulação das estratégias comerciais no setor imobiliário. Para corretores e imobiliárias, a queda na intenção de compra imediata demanda aprimoramento do ciclo de vendas, focando na nutrição de leads e posicionando o imóvel como investimento gerador de renda. A busca por usados (42%) também exige portfólios robustos e expertise em valorização. Para incorporadoras, a demanda que admite novos e usados (49%) tornam essenciais diferenciais competitivos claros, flexibilidade de pagamento e projetos alinhados às novas dinâmicas de moradia. O mercado imobiliário vive hoje um ambiente de maior competitividade, ampliando a disputa por cada oportunidade e exige das empresas estratégia e eficiência. Revisar processos de atendimento, investir na qualificação e aumentar a conversão ao longo do funil tornam-se prioridades. Os players que estruturam essa visão integrada estarão mais preparados para conquistar espaço nesse mercado de concorrência acirrada.07