São Paulo e Rio de Janeiro registram queda no preço do metro quadrado
O preço médio do metro quadrado em São Paulo no terceiro trimestre de 2023 foi de R$6.867. O valor simboliza uma queda de 4,47% em relação ao trimestre anterior. O mesmo aconteceu no Rio de Janeiro, onde o m2 fechou o trimestre a R$4.839, valor 3,72% mais baixo do que o período anterior.
Em contrapartida, a cidade de Belo Horizonte registrou uma alta de 0,51% no trimestre, com o m2 avaliado em R$4.860. Apesar da alta em 2023, o valor é 1,17% menor do que o mesmo período de 2022.
Apesar da queda registrada em relação ao segundo trimestre, o valor do metro quadrado negociado em São Paulo ainda é maior que o de todos os trimestres de 2021 e 2022.O preço médio de venda anunciado na capital paulista é R$7.182 e o preço de venda praticado é R$6.867, valor bem abaixo do metro quadrado mais caro da cidade.
Já no Rio de Janeiro, todas as regiões registraram uma desvalorização no 3ºtrimestre de 2023 em comparação a 2022, sendo uma queda de 3,72%.
O preço médio do metro quadrado (R$4.839) está bem abaixo do valor médio praticado na zona sul, onde o valor do m2 é R$9.863,60.
O preço do m 2 em Lourdes, bairro mais caro de Belo Horizonte, é R$8.857, quase o dobro do valor médio registrado na cidade (R$ 4.860), no 3º trimestre do ano. Apesar disso, o bairro que teve a maior valorização no período foi Castelo, onde o m² subiu 19% e chegou a R$ 5.379, o 9º mais caro.
Mercado supera poupança no financiamento imobiliário
Pela primeira vez na história, a participação da poupança na estrutura de “Funding”, ou seja, das fontes de recursos para o crédito imobiliário.
A Abecip divulgou dados que mostram que financiamento privado, como certificados de recebíveis imobiliários (CRI), fundos imobiliários (FII) e os títulos de captação bancária, como as letras de crédito imobiliário (LCI) e as letras imobiliárias garantidas (LIG), aumentaram a participação na estrutura de funding de 24% no fim de 2021 para 38% no término do primeiro semestre de 2023, com saldo total de R$ 787 bilhões. Nesse mesmo período, a fatia da poupança encolheu de 49% para 36%, com estoque de R$738 bilhões.
Mesmo com as saídas líquidas, o total de recursos disponíveis às linhas de financiamento aumentou em 27% de 2021 para cá, chegando a R$2,06 trilhões no início da segunda metade de 2023.
Financiamento Imobiliário cai 18% no Nordeste
Os financiamentos imobiliários no Nordeste caíram 18% no acumulado de janeiro a outubro de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado, as cidades que mais tiveram impacto na queda foram Sergipe, Piauí e Maranhão, enquanto o Ceará se manteve praticamente estável.
De janeiro a outubro deste ano, os financiamentos imobiliários em todos os estados do Nordeste movimentaram R$12,86 bilhões – atrás dos R$15,75 bilhões movimentados ano passado. A redução foi registrada no boletim da Abecip divulgado na última semana.
Em Sergipe, o montante movimentado saiu de R$168,8 mi para R$55,9 mi – queda de 36%. Já no Maranhão, os valores financiados caíram de R$1,36 bi para R$899 milhões. Quedas significativas também foram registradas em Pernambuco (26,29%) e Rio Grande do Norte (22,64%).
A menor queda nos valores financiados foi registrada no Ceará – 0,53%, que saiu de R$2,56 bilhões para R$2,55 bi. Com a movimentação praticamente igual, em meio à queda dos outros estados, o Ceará subiu no ranking e é o segundo da região em valor e unidades financiadas em 2023.
Ana Maria Castelo, coordenadora dos Projetos de Construção do FGV Ibre, aponta que, no cenário nacional, não há previsão de crescimento dos financiamentos imobiliários pela poupança para 2024, mas as quedas devem ser menores que em 2023.
