Caixa inicia em 8 de abril contratações de crédito imobiliário com FGTS Futuro
A Caixa Econômica Federal vai iniciar dia 8 de abril as contratações de financiamento imobiliário que contam com complemento de depósitos futuros do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o chamado FGTS Futuro. A informação foi confirmada pela vice-presidente de habitação do banco, Inês Magalhães, ao Broadcast.
Poderão utilizar o FGTS Futuro trabalhadores com renda mensal de até R$ 2.640, e os recursos poderão garantir a aquisição de imóveis novos e usados através do Minha Casa Minha Vida. A medida é bastante aguardada no setor, uma vez que vai ampliar o poder de compra da população e tende a ajudar nas vendas de imóveis.
O titular da conta deverá autorizar, no ato da contratação do crédito, a caução dos créditos disponíveis nas contas do FGTS por um prazo de 120 meses. A autorização poderá ser feita pelo aplicativo do fundo, em que hoje já é possível autorizar que os bancos consultem os saldos que os trabalhadores têm nas contas.
No processo, a Caixa informará ao trabalhador a capacidade de pagamento para o financiamento, com e sem a utilização dos depósitos futuros. Se ele optar por usar o FGTS Futuro, os valores serão bloqueados na conta vinculada até que o saldo devedor seja totalmente quitado. A opção pelo uso do FGTS Futuro só poderá ser feita no momento da contratação do financiamento.
Em caso de demissão, o trabalhador não poderá sacar o saldo comprometido com o financiamento do imóvel. O excedente disponível na conta é utilizado para reduzir a dívida, à exceção da multa rescisória de 40% em caso de demissão.
https://einvestidor.estadao.com.br/ultimas/caixa-contratacoes-credito-imobiliario-fgts-futuro
Preço médio do m² de imóveis sobe 12% em São José dos Campos em um ano; cidade tem 16º maior valor do país
Dados foram divulgados pela FipeZap nesta semana e apontam que a cidade tem o quarto maior preço do metro quadrado de imóvel no estado de SP.
Comprar um imóvel ficou mais caro no último ano em São José dos Campos (SP), segundo o índice FipeZap divulgado nesta terça-feira (2).
De acordo com o balanço, em um ano, o preço médio do metro quadrado na cidade joseense teve um aumento de mais de R$ 800. Isso porque, em março do ano passado, segundo a FipeZap, o metro quadrado valia R$ 6.994 na cidade. Agora, segundo o último balanço, o valor subiu para R$ 7.802, representando alta de 12%.
A pesquisa, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o portal Zap Imóveis, acompanha a variação do preço médio de imóveis em 50 cidades brasileiras com base em anúncios na internet.
O valor médio do metro quadrado nas 50 cidades que participaram do levantamento de setembro é de R$ 8.845.
Em São José dos Campos, o preço médio é de R$ 7.802 – o que fez com que o município ficasse com o 16º maior valor do país entre os municípios pesquisados. No estado de São Paulo, a cidade só fica atrás de São Paulo, Barueri e São Caetano do Sul. Veja abaixo:
Preço do m² nas cidades de SP:
São Paulo (SP): R$ 10.794
Barueri (SP): R$ 10.068
São Caetano do Sul (SP): R$ 8.014
São José dos Campos (SP): R$ 7.802
A inflação no período pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve variação de 4,13%. Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, registrou queda de 4,26%.
No mês de março, a cidade apresentou uma alta de 2,58% na comparação com o preço registrado pela FipeZap em fevereiro.
No ranking nacional, além das três cidades paulistas, outras 12 aparecem à frente de São José dos Campos. Veja a lista:
Balneário Camboriú (SC): R$ 12.903
Itapema (SC): R$ 12.766
Vitória (ES): R$ 11.173
Florianópolis (SC): R$ 11.011
Itajaí (SC): R$ 10.814
São Paulo (SP): R$ 10.794
Barueri (SP): R$ 10.068
Rio de Janeiro (RJ): R$ 10.030
Curitiba (PR): R$ 9.458
Brasília (DF): R$ 9.067
Belo Horizonte (MG): R$ 8.530
Maceió (AL): R$ 8.498
Vila Velha (ES): R$ 8.459
São Caetano do Sul (SP): R$ 8.014
Recife (PE): R$ 7.806
São José dos Campos (SP): R$ 7.802
Osasco (SP): R$ 7.458
São José (SC): R$ 7.382
Goiânia (GO): R$ 7.340
Fortaleza (CE): R$ 7.306
Niterói (RJ): R$ 6.954
Santo André (SP): R$ 6.863
Porto Alegre (RS): R$ 6.690
Santos (SP): R$ 6.660
Joinville (SC): R$ 6.648
Manaus (AM): R$ 6.596
Blumenau (SC): R$ 6.481
Campinas (SP): R$ 6.327
Diadema (SP): R$ 6.279
Guarulhos (SP): R$ 6.209
João Pessoa (PB): R$ 6.173
Guarujá (SP): R$ 6.121
São Bernardo do Campo (SP): R$ 6.028
Salvador (BA): R$ 5.968
Campo Grande (MS): R$ 5.946
Praia Grande (SP): R$ 5.738
Jaboatão dos Guararapes (PE): R$ 5.267
Caxias do Sul (RS): R$ 5.203
Canoas (RS): R$ 5.076
São José do Rio Preto (SP): R$ 5.000
Contagem (MG): R$ 4.993
Santa Maria (RS): R$ 4.951
São José dos Pinhais (PR): R$ 4.912
Novo Hamburgo (RS): R$ 4.842
Londrina (PR): R$ 4.726
Ribeirão Preto (SP): R$ 4.594
São Leopoldo (RS): R$ 4.483
São Vicente (SP): R$ 4.270
Pelotas (RS): R$ 4.145
Betim (MG): R$ 3.957
Tecnologia a serviço do mercado imobiliário
Softwares e ferramentas desenvolvidas especialmente para o setor inovam e impulsionam os negócios, aumentando a integração entre empresas e clientes
Cada vez mais integrada ao cotidiano da população, a tecnologia tem realizado um papel fundamental na evolução do mercado imobiliário. O desenvolvimento e o uso de novas ferramentas nos processos relacionados ao setor possibilitam uma maior integração entre empresas e clientes.
As inovações estão presentes em todas etapas, desde a incorporação, elaboração dos projetos, construção e o processo efetivo de venda ou aluguel. Além disso, o uso da tecnologia também é capaz de impactar inclusive no momento pós-compra, garantindo a satisfação do cliente com sua nova aquisição.
Um dos exemplos é o uso da geolocalização para impulsionar as escolhas de empresas e compradores. A ferramenta possibilita um conhecimento amplo do local onde um empreendimento será construído, facilitando a tomada de decisões estratégicas.
De acordo com o especialista em soluções para o mercado imobiliário e CEO da PMC, Regis Souza, o uso da geolocalização pode ser definitivo para determinar o possível sucesso do empreendimento.
“Antigamente, o mercado imobiliário utilizava os fatores geográficos de uma forma básica, só para determinar a proximidade dos serviços e acessibilidade. Com a geolocalização é possível realizar uma análise mais profunda das informações”, afirma. “Com o GPS e a análise de dados que costumam ser fornecidos por dispositivos móveis, é possível saber informações como a renda média das pessoas que trafegam por aquela região, tempo gasto no entorno, frequência com que passam pelo local, entre outras coisas”, diz Souza.
O uso desses dados é essencial para determinar o perfil da construção e dos clientes que poderão ser impactados pelo empreendimento. Além disso, a geolocalização também auxilia no direcionamento correto de ações para o público alvo.
Diferencial do setor
Para Regis, saber utilizar as informações fornecidas pela tecnologia de forma adequada é um grande diferencial para as empresas do setor. “A tecnologia está transformando o mercado imobiliário. Os dados de localização são uma ferramenta poderosa para as empresas e deverão desempenhar um papel ainda maior na formação do futuro do mercado imobiliário, na medida em que forem evoluindo e criando novas oportunidades de inovação e eficiência”, destaca.
Em Pernambuco, o uso desses tipos de ferramenta é visto como consolidado. A opinião é do diretor de tecnologia e custos da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Fernando Fink.
“Temos uma gama vasta de tecnologias que são utilizadas em todos os processos. Na etapa inicial dos projetos temos desde o mapeamento dos terrenos, levantamento topográfico, uso de drones para a identificação da vegetação local, entre outros pontos. Depois nós podemos contar com o uso da realidade aumentada e das maquetes virtuais, que tiveram um crescimento durante a pandemia”, observa.
No entanto, Fernando ainda observa um grande potencial de crescimento no uso da tecnologia nos processos de execução de obras. Atualmente, o mercado já conta com softwares desenvolvidos especificamente para esses pontos e que são capazes de auxiliar na gestão do processo, reduzindo os custos.
Um dos exemplos é a tecnologia BIM (Building Information Modeling), que em português significa Modelagem de Informação da Construção. Por meio da plataforma, é possível realizar todo o planejamento de uma construção e administrar até mesmo o pós-obra.
Já na parte da comercialização, os destaques são as ferramentas de captação, capazes de auxiliar na conversão do interesse do comprador em uma venda efetiva. Para esse segmento, a inteligência virtual deverá despontar como grande forma de auxílio.
“Nós teremos grandes oportunidades. A comercialização já acontece de forma muito digital e é preciso entender como esse formato pode potencializar as vendas. Já temos uma boa maturidade no uso do que já está disponível, mas é preciso saber como utilizar as novas ferramentas”, conclui o diretor da Ademi.
Imóveis na palma da mão
Com relação aos consumidores, a tecnologia pode auxiliar consideravelmente na procura de imóveis que se encaixem no perfil escolhido. Além disso, ela também garante outra importante praticidade, permitindo que o cliente conheça o entorno de algum empreendimento, realize os trâmites necessários e até mesmo consolide um contrato de forma virtual.
Criada em 2012, uma startup brasileira focada em oferecer serviços de aluguel e venda de forma simplificada e virtual, o QuintoAndar, registrou no último ano a marca de 1.400 contratos assinados por mês.
O número aponta para a adequação do mercado ao novo formato, que está disponível na palma da mão por meio de um aplicativo que promete oferecer uma experiência imobiliária transparente, tecnológica e segura.
Para inserir antigos protagonistas do setor, a plataforma também oferece um software de gestão de relacionamento para que os corretores possam administrar sua gama de clientes.
Na visão do diretor da empresa Arthur Malcon, as iniciativas reforçam o compromisso da startup com o mercado imobiliário. “Estamos pautados na autonomia e no atendimento humanizado atrelado ao uso de tecnologias. Uma vez que os corretores perceberam valor neste modelo, o engajamento proporcionou melhores resultados em vendas com o QuintoAndar”, diz.
Outras tecnologias também vêm sendo implantadas pela empresa para garantir a inovação nos negócios. Por meio de um algoritmo chamado ‘‘Preço Certo’’, a plataforma é capaz de realizar uma precificação das ofertas de forma mais eficiente.
Também utilizando a geolocalização e as características das residências, ela realiza a comparação de preços com imóveis similares e é capaz de apontar a demanda nos locais. Disponível para proprietários, ela permite que a precificação seja realizada com maior precisão. Além disso, a plataforma também garante que o contrato possa ser fechado de forma 100% digital.
Para facilitar o processo, o cliente pode realizar um tour virtual pelo imóvel, o que dispensa a necessidade de agendamento e deslocamento. Por meio de um aplicativo, o cliente consegue ter uma visão 360º do imóvel.
Outra opção é a visita guiada por meio de chamada de vídeo, que possibilita ao cliente um maior dinamismo no processo.
Conectadas e sustentáveis
Para quem busca um imóvel, a demanda por tecnologia vai além. O desenvolvimento de novas ferramentas de automação e inovação tem conquistado os brasileiros nos últimos anos.
De acordo com uma pesquisa divulgada neste ano pelo Grupo OLX, que reúne ZAP, Viva Real e OLX Imóveis, a segurança é o principal benefício procurado por quem busca uma casa conectada.
O item foi apontado como prioridade para 56% dos entrevistados, que também mencionaram outras facilidades, como conveniência, acessibilidade, economia de energia e gerenciamento de tempo.
Para os compradores, outra grande vantagem apontada no uso da tecnologia está na adoção de práticas sustentáveis. O levantamento também apontou que para 78% dos entrevistados, morar em uma casa tecnológica equipada com dispositivos inteligentes, acionados à distância ou integrados entre si é sinônimo de sustentabilidade.
A pesquisa constatou um desejo dos brasileiros de morar em residências mais tecnológicas e sustentáveis, mesmo que o investimento financeiro seja maior. Entre os participantes do levantamento, 40% responderam que com certeza comprariam um imóvel com adaptações, mesmo que tivessem que pagar mais caro por isso, enquanto outros 36,6% apontaram a probabilidade de seguir pelo mesmo caminho.
“A sustentabilidade ambiental é um tema cada vez mais importante, e os dados revelam que os consumidores estão atentos a isso”, afirma Marcelo Dadian, VP de Novos Negócios e Incorporadoras do Grupo OLX. “O mercado imobiliário também precisa estar preparado para atender clientes cada vez mais exigentes e conscientes”, diz.
Para ele, um dos indicativos de evolução no segmento e na preocupação com o desejo do cliente está na busca de materiais certificados ambientalmente na construção dos imóveis. “Ainda que seja necessário evoluir muito nesse sentido, é notável a preocupação das empresas do setor com o uso de materiais certificados e com a contratação de fornecedores que atendam às questões de sustentabilidade, como redução de descarte gerado pelas obras e compensação de crédito de carbono”, completa Dadian.
Em Pernambuco, a tendência também é uma realidade. No entanto, ainda existe uma dificuldade na adequação dos negócios aos desejos do consumidor. O entrave é encontrado especialmente nos custos dos projetos, que costumam ser mais caros para garantir a sustentabilidade.
“Existe uma grande preocupação dos compradores por conta do nível de conscientização”, avalia o diretor da Ademi Fernando Fink..” As construtoras têm explorado isso na etapa de uso do empreendimento, com a implantação de painéis solares, gestão eficiente e redução do consumo da água […], projetos que já possibilitam a entrega do empreendimento adequado à exigência”, afirma.
Para viabilizar as práticas dentro do preço adequado ao consumidor, os projetos podem são adaptados. Na visão de Fernando Fink, é possível conseguir imóveis mais sustentáveis com menor custo.
“Temos empreendimentos no Estado voltados para o Minha Casa Minha Vida, por exemplo, que possuem o selo de sustentabilidade. É possível viabilizar essa mudança com o uso de tecnologias inovadoras”, destaca.
Uma pesquisa divulgada pelo Grupo Zap aponta que, entre os itens considerados importantes nesse processo de adaptação da casa para um padrão sustentável, a maioria dos brasileiros, cerca de 71%, destaca o uso de energia solar como item fundamental. Já outros 68% citam o aproveitamento da iluminação natural.
Para os próximos anos, a expectativa é que a popularização das ferramentas e dos processos de inovação possam facilitar na adoção de tecnologias e da sustentabilidade no mercado imobiliário, que já vem se adequando ao futuro próximo.